Sobre quem eu sou - Parte 1 (talvez)

Existe algo chamado 'Profecia auto-realizadora/ autorrealizável'(Você pode ler mais clicando aqui), que diz basicamente que quando você escuta algo e acredita nisso, você agirá como se isso fosse verdade e essa 'profecia' irá se realizar. Funciona mais ou menos assim: quando uma criança sempre escuta que ela não vai ser ninguem, que é uma pobre coitada, que não vai dar certo e etc, ela acredita nisso e, mesmo que inconscientemente, vai viver de forma que essa 'profecia' se realize.

Poxa, mas por que falar disso?

Porque a vida foi me mostrando quantas 'profecias' desse tipo se tornaram muito mais reais do que deveriam na minha vida. Ou seja, com o tempo fui percebendo o quanto me deixei moldar e fui meio que condicionada a filtrar algumas coisas que as pessoas pensavam/ diziam sobre quem eu era e, pouco a pouco, fui percebendo a bagunça que isso criou dentro de mim e o quanto eu não me conhecia.

Um momento especial nessa caminhada de me conhecer melhor aconteceu já faz uns 8 oitos anos. Eu estava numa aula na faculdade em que a professora falava sobre mulheres empoderadas, e uma amiga citou alguns exemplos de mulheres assim e, adivinhem só: eu era uma delas.

Eu? Como assim? Logo eu, comportada, menina de ouro, boazinha, amiga de todo mundo, perfeccionista, dedicada, ótima aluna e coisas do tipo? Fiquei chocada com a declaração da minha amiga, mas ao mesmo tempo gostei de ouvir aquilo e, mesmo sem concordar com ela logo de cara, guardei isso num cantinho do meu coração e revisitei esse momento milhões de vezes.Talvez você pense que não há nada de errado em ser bozinha, perfeccionista e tal, mas sabe de uma coisa? Isso tudo é bom se for quem você realmente é!

Aos poucos a vida foi me dando muitas oportunidades (através de amizades como essa da faculdade, leituras, terapia, fé, filmes, conversas e etc) de ver que essa imagem de "bela, recatada e do lar" não me representava 100% das vezes.  E por alguns anos isso foi um sofrimento terrível pra mim. O porquê? Simplesmente porque eu achava que todas essas coisas me definiam e, digo mais, achava que eu só poderia ser aceita/ amada/ querida se fosse tudo isso e mais um pouco.

E, então poucos a pouco fui avançando pequenos degraus no processo de autoconhecimento e conheci partes minhas que viveram escondidas de mim por anos e anos.

Ai que processo demorado (ainda não terminei, é claro!) e dolorido. Olhar pra você e aprender a reconhecer seus defeitos, a ver que o que você sempre achou de você não é tão verdade assim não é nada agradável, mas como tudo na vida, tem um lado bom e me ajudou a crescer e ser muito mais confiante e confortável com minhas decisões e comigo no geral.



Começar este blog, por exemplo, é algo que está dentro deste processo, já que eu sempre tive uma voz dentro de mim falando bem baixinho que me falava pra escrever, falar com pessoas e compartilhar coisas. Vamos ver no que isso vai dar, né? Mesmo que o blog não tenha acessos, comentários, nem inspire outras pessoas, com certeza não me deixarei abater, sabe porquê? Porque aprendi que eu não sou assim. Hoje eu sei que eu faço o que eu acredito e aprendo sempre. ♥

Bom, volto em outro post pra falar mais disso.

Um abraço!

P.




Comentários

  1. Lindo texto e profundo <3
    Se descobrir até em defeitos é ótimo né?
    Bom, saber nosso lado 'ruim' pode ser feio no começo, mas depois quando vamos conseguimos manobrar as coisas, aí tudo vai indo bem...

    www.chaeamor.com

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  2. Oi Camila!
    Obrigada por comentar, fiquei muito feliz.
    Visitei seu blog algumas vezes, você de alguma forma me inspirou a escrever aqui.
    Obrigada e um beijo!

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